TENDÊNCIAS DE INOVAÇÃO: Quantified Self

Quantified self ou Auto Quantificação é um movimento que prega o autoconhecimento através de números e foi intensificado na década de 2000 por iniciativa dos jornalistas e escritores americanos Gary Wolf e Kevin Kelly. A proposta está fortemente ancorada na possibilidade de que as pessoas coletem e analisem dados pessoais com uso de técnicas estatísticas, para identificar correlações e prever padrões e tendências sobre si mesmo.

A relevância prática que torna o tema uma tendência importante em inovação, é justificada pelo fato de ser mais confiável tomar decisões e buscar a melhoria de alguns aspectos pessoais, com base em dados reais sobre si mesmo e não em intuição, achismos ou por outras influências. O surgimento e avanço de algumas tecnologias de captura e análise de dados tem facilitado muito a tarefa desse tipo de autoconhecimento, assim muitas soluções estão sendo desenvolvidas nas mais diversas áreas.

Em um recente encontro da organização Quantified Self, um adepto do movimento contou como conseguiu reduzir os momentos de tristeza que sentia durante o dia, registrando alertas em seu monitor de batidas cardíacas. Os dados coletados permitiram a ele identificar a causa das emoções ruins e avaliar como evitá-las de forma efetiva. Ele conseguir reduzir seus períodos diários de tristeza em 23%.

Existem pessoas quantificando as coisas mais extravagantes e aparentemente sem sentido como: cicatrizes, humor, gratidão e outras. Entretanto, a tendência demonstra exatamente a existência de um espaço promissor para o surgimento e consolidação de soluções que nos ajudem a identificar causas e consequências relacionadas a fatores que nunca tínhamos pensado que estavam inteligados.

No Brasil e no mundo, a tendência do Quantified Self vem sendo aplicada de forma muito consistente há algum tempo, por exemplo, na área dos esportes. Diversas modalidades já utilizam dispositivos para coletar e analisar dados de performance individual dos atletas em busca de formas de melhorar a eficiência tanto de seus organismos, quanto dos equipamentos que utilizam durante a prática de suas atividades. As tecnologias mais relacionadas ao Quantified Self, obviamente, são aquelas que auxiliam na coleta, armazenamento e análise dos dados: wearables, data mining, RFID, e outras. A aplicação mais simples e comum dessa tendência, provavelmente está disponível aí no seu smartphone, por meio dos contadores: de passos, de consumo de água e de monitoramento do sono. Entretanto, elas já vem sendo aprimoradas, com o uso de inteligência artificial, para começar a sugerir a você a existência de algum distúrbio que mereça ser investigado de forma mais profunda, com um médico por exemplo.

Quem sabe, na próxima vez que você procurar um profissional na área da nutrição, ele recomende que você utilize o app que ele desenvolveu para registrar sua rotina diária de alimentação e atividade física. Assim, ele vai monitorar seu progresso e, com base nos dados da sua rotina, vai intervir de forma remota e imediata na sua dieta (mesmo que você não esteja com consulta agendada) pra te ajudar a evitar aquele fast food que você tava planejando consumir escondido hoje e que pensava que ninguém ia saber. Seria o fim da sabotagem nas dietas?

Imagem: freepik

Com informações de: <quantifiedself.com> <exame.abril.com.br>

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